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Pavê, panetone, chocotone, rabanada: qual a origem desses doces festivos?

Publicado por Rafael de Barros Marinho em

Por André Rochadel

Panetone

Pavê, panetone, chocotone e rabanada. Com certeza algum desses clássicos está na sua mesa de final de ano. Mas, você sabe como eles surgiram?

Se tem alguns quitutes que não conseguimos escapar nas festas de fim de ano são o pavê, panetone (e seu irmão de chocolate, o chocotone) e rabanada. Ainda bem, não é mesmo? Mas você sabe como esses quitutes surgiram e quais as suas histórias?

Pave ou “pacumê”?

Esse aí não aparece apenas no fim de ano. É bem comum nos almoços em família e deixa o tiozão da família se sentindo útil. O pavê é um doce sem origem certa, mas há um consenso de que vem da palavra francesa pavage, que significa pavimentar. Isso advém da estrutura da sobremesa: camadas de creme gelado e bolacha de maisena ou champanhe umidecida em algum licor ou bebida, lembrando a estrutura do asfalto.

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Chocotone
Chocotone

chocotone

Criação nossa e de nome patenteado, o chocotone é um queridinho dos brasileiros

rabanadaRabanada

A rabanada provavelmente tem origem francesa

tiramisuTiramisu

É inegável a semelhança de um pavê com o clássico tiramisu

panetonePanetone

O panetone é daquelas receitas coletivas, sem origem certa

pavePave-de-Manga-Estrela

O pavê não tem receita certa, pode incluir frutas. O importante é ter creme e bolachas

panetonepanetone pendurado

O panetone é tão macio que, para não afundar, precisa esfriar de cabeça para baixo.

O queridinho brasileiro surgiu por aqui mesmo, mas não é possível rastrear como, podendo até mesmo ser um parente do tiramisu, doce clássico italiano à base de café, creme de mascarpone, bolacha champanhe e cacau. Tem a mesma estrutura de montagem.

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Panetone

É uma história bem bonita e antiga, na verdade. Na véspera de Natal de 1495, foi realizado um banquete exemplar na corte de Milão para a família Sforza. No encerramento do grandioso evento, um famoso padeiro e seu assistente, Toni, montaram diversas sobremesas.

Toni ficou responsável por assar os biscoitos, mas, em meio a tantas tarefas, queimou todos. Com medo de dar ainda mais dores de cabeça ao seu mestre (e para não tomar aquela monumental bronca) pegou uma massa fermentada e misturou com açúcar, farinha, frutas cristalizadas. Depois, levou ao forno para assar.

O resultado foi essa delícia levemente ácida e adocicada que aparece nas mesas no fim de ano. Ficou tão gostoso e o sucesso foi tamanho que o dono da festa homenageou seu autor, chamando o quitute de panettone (o pão do Toni). Achou emocionante? Pena que é tudo crendice popular.

Na realidade, esse pãozinho ácido de fim de ano, produzido em dezenas de toneladas na Itália somente no Natal (essa parte é verdadeira), é o que os historiadores de gastronomia chamam de invenção coletiva. Algo sem origem certa, e que teve padrões adicionados ao longo dos anos.

Sabe-se apenas que possui uma relação muito íntima com a cidade de Milão e a tradição de, nas festas de fim de ano, consumir pães doces com os mais diferentes recheios. O panetone como conhecemos hoje surgiu mesmo no início do século passado, assado na embalagem de papel, dando o formato que conhecemos hoje. Antes era um pão chato, devido à maciez da massa.

Chocotone

Essa invenção é nossa. Provavelmente pelo pouco apreço dos brasileiros a frutas cristalizadas e seu amor pelo chocolate. Um fato curioso e que poucos sabem é que o seu nome é propriedade intelectual da Bauducco. Embora nós chamemos todos de chocotone, se você prestar atenção nas embalagens concorrentes, o pãozinho é descrito como “panettone de chocolate”. É como a bolacha. Escrevem biscoito na embalagem, mas sabemos que estão errados.

Rabanada

Essa é tão amada pelos brasileiros que ganhou versões das mais inusitadas, com diversos recheios, coberturas e até mesmo com croissants. É mais um quitute de origem coletiva e que, apesar de ter sido trazida ao Brasil pelos portugueses, muito provavelmente tem origem francesa.

Os estadunidenses a chamam de french toast (torrada francesa), os ingleses eggy bread (pão “ovado”) e os franceses de pain perdu (pão perdido, provavelmente uma referência ao fato de usar pão adormecido na receita).

Ele consiste no reaproveitamento de pão dormido com bastante miolo (tem que ser massudo mesmo), embebido em creme inglês (no Brasil, geralmente usa-se Leite Condensado diluído em leite com essência de baunilha), frito ou assado e, depois passado, no açúcar e canela. Quem conhece, ama.

Fonte: Metropoles


Rafael de Barros Marinho

Mestre em Ciência da Informação pela UFBA, Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela UFBA, Tecnólogo em Sistemas Para Internet pela Unifacs. Especializado em documentação para processos de reconhecimento de cidadania italiana e portuguesa. Indexador do Family Search [email protected]

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